Redes biodegradáveis | Resistência e Durabilidade

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Serão as redes de pesca biodegradáveis uma alternativa segura?

De forma a avaliar o potencial da resina biodegradável selecionada (PBSAT) como alternativa ao fio de nylon ou outros para a produção de redes de pesca biodegradáveis, foram realizados pela Universidade do Minho, diferentes ensaios laboratoriais relacionados com a sua resistência mecânica e biodegradabilidade. Os resultados são promissores, uma vez que parece haver um equilíbrio adequado entre a resistência mecânica esperada e a biodegradação do PBSAT, em ambiente marinho.

A introdução de materiais biodegradáveis na indústria pesqueira é promissora, considerando os impactos negativos decorrentes da atividade piscatória, como a poluição marinha e a pesca fantasma, provenientes de artes da pesca usualmente descartadas ou perdidas durante a atividade. A implementação de novas soluções mais adaptadas ao contexto marinho e a consequente proteção das espécies marinhas é cada vez mais urgente e imprescindível, considerando que a vida marinha está relacionada com diversos serviços dos ecossistemas ao nível ambiental, social e económico.

Para estudar a resistência mecânica do PBSAT realizaram-se ensaios de tração a dezenas de malhas da rede fabricadas com este material, antes e depois de serem usadas em campanhas de pesca experimental. Os resultados indicam alguma variabilidade da resistência após a utilização e exposição do material a condições adversas e marítimas sem, no entanto, comprometer a eficiência mecânica, mostrando-se favorável para o caso de estudo. Os processos de avaliação da degradação mecânica e biológica em laboratório foram realizados através de diferentes ensaios, incluindo a caracterização por microscopia eletrónica de varrimento, que permitiu avaliar a morfologia da superfície e a composição química do material. Foi ainda realizado o ensaio de biodegradabilidade em laboratório através da medição da evolução do oxigénio dissolvido na água do mar (BOD), que permite essencialmente estudar os processos de biodegradação do material por organismos aeróbicos, em condições marinhas. O material, para os diferentes diâmetros do monofilamento apresentou diferentes sinais de degradação tais como laminação, abrasão mecânica, variação da geometria da secção e redução do diâmetro do monofilamento. No que se refere ao ensaio de BOD os resultados mostraram uma diminuição do oxigénio dissolvido na amostra e, por isso, um potencial indicador positivo de biodegradabilidade em ambiente marinho. In situ, estão também em curso outros ensaios destinados a estudar o comportamento mecânico e de biodegradação a longo prazo em condições reais, que decorrerão durante pelo menos 2 anos, o tempo necessário para que o material se bio degrade. Para isso, análises de microscopia eletrónica de varrimento, resistência mecânica e perda de massa são periodicamente realizadas de modo avaliar a evolução do material com o tempo de exposição às condições reais de utilização.

A nossa relação com atividade piscatória já é bastante ancestral, encontrando-se os primeiros registos do uso de redes de pesca em 8300 anos a.c. Desde então, vários foram os materiais utilizados na produção de redes de pesca, desde os materiais naturais como o algodão, a seda, a lã e o cânhamo, aos plásticos, como o nylon. O nylon tem sido o mais utilizado desde meados dos anos 40 devido à sua elevada durabilidade e eficiência pesqueira. No entanto, o nylon é um material que apresenta elevada resistência à degradação e, mesmo quando degradado, contribui para o problema da proliferação de microplásticos, continuando a apresentar sérios riscos ambientais, sociais, mas também económicos.

O projeto E-Redes é um estudo-piloto promovido pelo Município, em parceria com a empresa municipal Esposende Ambiente, a Universidade do Minho e a Associação de Defesa do Ambiente – Rio Neiva, que visa fomentar o uso de redes biodegradáveis e, paralelamente, recolher, quantificar e monitorizar o lixo marinho presente nas praias do concelho.

Por esta via, o Município de Esposende, está a contribuir para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU, nomeadamente no que se refere ao ODS 12 – Produção e Consumo Sustentáveis, ODS14 – Proteger a Vida Marinha, e ODS 17 – Parcerias para a Implementação dos Objetivos de Sustentabilidade.

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